sábado, 24 de setembro de 2011

Com samba e caipirinha, ex-ponta corintiano faz sucesso em sede do Pan


"É o coração do Brasil em Guadalajara". A descrição feita pelo ex-ponta Paulinho, que jogou no Inter e no Corinthians na década de 80, é perfeita para a Scratch do Ouro, churrascaria que ele criou em Guadalajara. Ao lado do amigo Renato, que teve passagem por clubes do interior de São Paulo e pelo Vitória, o ex-atacante vem há alguns anos fazendo sucesso com o restaurante na sede dos Jogos Pan-Americanos. "Sempre gostei de fazer churrascos na concentração dos clubes ou em minha casa. Quando resolvi me aposentar, pensei: vou abrir uma churrascaria. Está dando certo".
As lembranças ao Brasil já vem desde a entrada. Uma bandeira do País dá as boas vindas aos clientes. Diversas palmeiras espalhadas pelo local também criam um ar tropical ao ambiente. Ao olhar para as paredes é fácil ver a ligação dos dois donos com o futebol. Camisas de grandes clubes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e outros locais do Brasil estão emolduradas na parede.
É possível ver também algumas fotos de Paulinho e Renato com grandes ídolos do futebol brasileiro, como o atacante Romário, além de algumas imagens dos dois atuando pelo mexicano Puebla e uma do time do Corinthians campeão paulista de 1988, do qual Paulinho fez parte. Retratos do Rei Pelé fazem parte da decoração. Uma das fotos do Rei do Futebol vestindo uma camisa do México chama a atenção.
Ao sentar, a equipe do Terra, que está acostumada a sofrer com as comidas apimentadas desde que aterrissou em Guadalajara há uma semana, finalmente pôde voltar a sentir o gosto do churrasco, do arroz, da farofa e do feijão preto brasileiro. Cortes típicos do Brasil como picanha, maminha e alcatra fazem parte do rodízio da casa.
Minutos depois do início da carne ser servida, um som tipicamente brasileiro ecoa pela churrascaria. Com clássicos do samba e do axé, um grupo de músicos se apresenta na casa todas as sextas, sábados e domingos. Acompanhados dos artistas, dois dançarinos mostram samba no pé e muito gingado. Durante as apresentações, é comum eles chamarem alguns clientes mexicanos para acompanhar o ritmo no palco. Sem o mesmo rebolado, as mexicanas sofrem um pouco.
As semelhanças com os restaurantes brasileiros não terminam na comida e na música. As tradicionais caipirinhas são comercializadas na casa e já fazem parte do gosto dos clientes em Guadalajara. "Os mexicanos adoram nossa caipirinha, bebem muito e sempre pedem mais", disse Renato.
Com uma comunidade de cerca de 800 brasileiros em Guadalajara, Paulinho afirma que é normal reuni-los no Scratch do Ouro, uma vez por mês. "Nós sempre fazemos alguma coisa diferente, como uma feijoada, por exemplo¿. Há quase 20 anos fora do Brasil e casado com uma mexicana, o ex-jogador do Corinthians chega a se atrapalhar ao falar em português, soltando algumas palavras em espanhol. "Já são muitos anos aqui".
Visitas durante o Pan
Paulinho e Renato estão acostumados a receber algumas equipes brasileiras que estão de passagem em Guadalajara. No ano passado, a equipe do Inter foi comer no local depois da partida de ida da final da Libertadores, contra o Chivas. O mesmo aconteceu com a Seleção Sub-17, que recentemente disputou o Mundial da categoria em solo mexicano.
Para os Jogos Pan-Americanos, Paulinho acha difícil a possibilidade dos atletas virem durante a competição. "Creio que quem virá comer aqui são as famílias dos jogadores e os jornalistas brasileiros que estiverem cobrindo o evento. Os atletas devem ficar mais concentrados na Vila Pan-Americana. Mas quem sabe, alguns não venham comemorar algumas medalhas aqui, depois de competirem".  

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