sexta-feira, 30 de setembro de 2011

De espectadora à pentatleta, Priscila Oliveira quer surpreender no Pan


Priscila Oliveira está entre os quatro pentatletas brasileiros no Pan. Foto: Divulgação
Priscila Oliveira está entre os quatro pentatletas brasileiros no Pan
Foto: Divulgação

Em 2007, ela era uma das mais de 90 mil pessoas presentes no Estádio Jornalista Mário Filho para a cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Atenta a tudo o que se passava no Maracanã, traçava ali sua meta para os próximos quatro anos: competir no Pan de Guadalajara.
Após enfrentar uma seletiva nacional de quatro etapas, realizada durante o último ano, Priscila Oliveira viu seu sonho se tornar realidade. E a coroação foi digna para uma campeã. A atleta do pentatlo moderno conquistou o direito de representar o Brasil no Pan do México depois de se tornar bicampeã sul-americana, em junho passado, no Rio de Janeiro.
Daqui a duas semanas, passará pelas provas de esgrima, natação, hipismo e o evento combinado de tiro e corrida ao lado dos brasileiros Yane Marques, Luis Magno e Wagner Romão em Guadalajara.
"Já estava muito feliz de ter conseguido o título em 2010 no Equador, com toda aquela altitude. Neste ano, o Sul-Americano do Rio era o meu principal objetivo do primeiro semestre e esperava ter um ótimo resultado, o que consegui cumprir. A vaga pan-americana foi uma emoção à parte", conta Priscila.
A pernambucana vai participar da principal competição do continente aos 22 anos de idade e com seis anos de pentatlo. Uma boa surpresa, tendo em vista que o tempo médio mundial para a formação de uma pentatleta de ponta é de oito anos.
A revelação do centro de treinamento da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM) em Recife chegará ao México como a 24ª melhor pentatleta do mundo, segundo a União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM). No ranking brasileiro, está na segunda colocação.
Até meados de setembro, quando recebeu do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) o material oficial para a competição no México, ainda não tinha a real dimensão de que iria competir em Guadalajara. "Minha expectativa é de dar o meu melhor resultado. Quero estar no pódio para conquistar uma boa pontuação e me manter bem no ranking", espera.
Priscila pode ir muito além. No Pan mexicano, estão em jogo quatro vagas para as Olimpíadas de Londres 2012. Pelo regulamento de qualificação da modalidade para os Jogos da Inglaterra, estarão garantidas as medalhistas de ouro e prata e as melhores atletas sul-americana e Norceca (das Américas do Norte e Central). As quatro devem ser de países diferentes.
Apesar de sonhar com a vaga olímpica, a pentatleta se diz realista, acreditando no potencial da companheira de treinamento, a também pernambucana Yane Marques, que vai para Guadalajra em busca do bicampeonato. "Mesmo se eu for para o pódio, Yane estará lá também e a vaga será dela. Se ela conseguir, já estarei feliz por garantirmos uma representante em Londres", visualiza.
Caso não consiga se classificar no México, Priscila terá outras duas oportunidades de conquistar uma vaga para Londres 2012. A primeira delas será no Mundial do ano que vem, em maio, na Itália, quando estarão em jogo três vagas. A segunda, é a mais aguardada, será pelo ranking mundial de junho, que levará 13 pentatletas para a Inglaterra.
Se a qualificação pelo ranqueamento fosse hoje, Yane e Priscila estariam classificadas, alcançando uma marca inédita para o Brasil, que teria duas pentatletas em uma Olimpíada, o máximo permitido por país.

Nenhum comentário:

Postar um comentário