quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Piscina do Pan de 2007 vira criadouro de mosquito da dengue

Tratamento da água foi interrompido e deixou piscina imunda. Foto: O Dia Tratamento da água foi interrompido e deixou piscina imunda

Construída para o Pan-Americano de 2007 e prevista para sediar as competições de Pentatlo Moderno na Olimpíada de 2016, a piscina olímpica do Clube Militar, em Deodoro, virou potencial criadouro do aedes aegypti. Sem receber qualquer tipo de tratamento há semanas, a água da piscina que também foi utilizada nos Jogos Mundiais Militares, realizados em agosto, está verde de tanta sujeira. Nela, é possível ver larvas de mosquito.
Além de pôr em risco a saúde das pessoas, o desleixo com o equipamento olímpico compromete o rendimento de atletas da Seleção Brasileira de Pentatlo Moderno que treinam no local. Com a água imprópria para banho, eles não têm onde se preparar para o Mundial Júnior que será em novembro, na Argentina.
As condições da piscina geram indignação entre pais e esportistas que frequentam o local. "É lamentável ver um legado que deveria estar formando a futura geração de atletas do País abandonado desta maneira. É um problema duplamente grave, primeiro pelo risco de proliferação de focos de dengue, depois por impedir o treino desses jovens", criticou o pai de uma atleta, Gil Rodrigues.
"Ficar sem treinar atrapalha todo a nossa preparação. Pode interferir nos resultados e jogar por terra todo o esforço de meses de trabalho", lamentou o atleta William Moinhos, considerado um dos melhores do mundo na categoria.
Em nota, o Comando Militar do Leste informou que a verba para a manutenção da piscina é repassada pelo Ministério dos Esportes. Os recursos referentes ao segundo semestre ainda não teriam chegado. "O Círculo Militar não tem recursos próprios para realizar o conserto das bombas e para a troca do elemento filtrante", alegam.
Estado tem 131 mortes por dengue
O estado do Rio de Janeiro já tem 131 mortes por dengue este ano. Relatório divulgado nesta quarta-feira pela Secretaria Estadual de Saúde apontou que a capital tem o maior número de óbitos: são 51. Desde janeiro, foram notificados 159.052 doentes.
Segundo o estado, mantém-se a queda de casos notificados por mês e por semana em todas as regiões. Mas, pelo menos em Deodoro, o descaso ainda preocupa. "Apesar de possuir quatro bombas para filtrar a água da piscina, raramente elas estão funcionando. Sempre tem algumas quebradas. Mas esse não é o único problema. Até cloro falta aqui", avisou o pai de outro atleta que treina na vila olímpica do bairro da Zona Oeste e pediu para não ser identificado.

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