terça-feira, 13 de setembro de 2011

Brasileiros começam a se interessar pelo rúgbi, que estará no Pan


Rúgbi ganha adeptos dentro do Brasil (Foto: ZDL/Divulgação)

Enquanto as melhores seleções de rúgbi do planeta estão disputando a Copa do Mundo na Nova Zelândia, o Brasil também começa a se interessar por este esporte, que será uma das novidades da Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016 e dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro.
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A  modalidade olímpica é o "Seven", disputada com sete jogadores, diferente da versão mais tradicional, que tem quinze em cada equipe e dá mais importância aos contatos físicos.
O esporte, muito popular em países de cultura britânica e na França, ainda tem um longo caminho a percorrer para se firmar de vez no Brasil. O rúgbi conta atualmente com cerca 10 mil praticantes no país, enquanto o futebol têm mais de 13 milhões, de acordo com a Fifa.
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Na cidade que sediará a Olimpíada de 2016, um clube chamado Rio Rugby já se prepara para este grande evento. Jogadores brasileiros convivem com estrangeiros que trazem toda sua experiência dos países como a França, a Austrália, a Inglaterra ou a Nova Zelândia, cujas seleções são entre as favoritas da Copa do Mundo, que começou no dia 9 de setembro.
O presidente do clube, Justin Thornycroft, vem do Zimbábue.
- Nosso clube foi fundado nos anos 40 por ingleses que trabalhavam no Rio para empresas britânicas e se chamava Royal Society of Saint George. No início, a maioria dos jogadores era estrangeira, mas hoje temos mais brasileiros. Treinamos na praia de Ipanema toda quarta-feira à noite para chamar a atenção do público para o nosso esporte.
Estes treinos na praia já incentivaram jovens das comunidades vizinhas a se juntar ao grupo. Entre eles, Careca, de 19 anos, morador do Cantagalo.
- No início, pensava que fosse um esporte de mulheres porque na areia, a gente joga apenas na modalidade "touch", com menos contatos físicos. Mas quando treinei pela primeira vez num campo de verdade, entendi que era totalmente diferente.
Nos fins de semana, os jogadores mais experientes treinam num campo da Ilha do Fundão, perto do aeroporto internacional. Para jogar com as grandes traves verticais características do jogo de rúgbi, eles precisam amarrar tubos de plástico em cima do gol de futebol.
No ano passado, Careca foi convocado para a seleção brasileira sub-19 e disputou um torneio na Argentina.
- Minha família não teria condições de pagar por essa viagem, então fiquei muito feliz ao ter a oportunidade de visitar outro país.
O clube disputa o Campeonato Fluminense de Rúgbi tradicional, com 15 jogadores, mas no final da temporada, os jogadores treinam na modalidade olímpica, com sete.
- Gosto mais do "seven", porque é um jogo de movimento mais do que de contato físico. Tem mais a ver com minhas qualidades, já que sou um jogador rápido. Meu sonho é representar o meu país na Olimpíada de 2016.
Para apoiá-lo nesse projeto, ele conta com a experiência de estrangeiros oriundos de países onde o rúgbi é mais popular do que o futebol, como o neozelandês Dale Smith, de 35 anos.
- No início, entrei no clube para fazer amigos entre a comunidade britânica, mas ma verdade, hoje o que mais me interessa é ajudar os jovens daqui. Além disso, ao visitar a família deles, tive uma visão das favelas que poucos estrangeiros conseguem ter aqui no Rio.
O clube também conta com Edouard Clarck, de 21 anos, cuja trajetória ilustra bem o perfil multicultural do Rio Rugby. Filho de um francês e de uma inglesa, o jovem chegou a treinar nas categorias dos Natal Shark, clube grande da África do Sul, e já disputou um torneio com a seleção brasileira sub-21.
- Foi uma sensação maravilhosa vestir a camisa verde-amarela, para representar este país que é mais que uma segunda pátria para mim.
Quem sabe no futuro, com o impulso da Olimpíada, outros jovens podem fazer o caminho inverso, ao reforçar clubes franceses, como aconteceu no futebol com Raí e Juninho Pernambucano, que se tornaram ídolos no Paris Saint-Germain e no Lyon.
A Record transmitirá os Jogos Olímpicos de Londres-2012 com exclusividade na TV aberta brasileira, e também pela internet. A emissora também detém os direitos de transmissão dos Jogos Pan-Americanos de 2011 (Guadalajara) e 2015 (Toronto), e da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro

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