Aos 29 anos, o maratonista brasileiro Jean Carlos da Silva disputará o
primeiro Pan-Americano na cidade mexicana de Guadalajara, em outubro.
Diz que começou a correr para valer em 2007, quando passou a ser
treinado pelo técnico Ricardo D'Angelo, ao integrar a equipe BM&F
Bovespa. Antes, como amador, fez carreira em seu Estado, Santa Catarina.
Lutou taekwondo na juventude, trabalhou como mecânico de manutenção e
largou tudo aos 22 anos, quando participou da primeira prova e achou que
levava jeito para o esporte. Antes disso, disputava provas de longa
distância, mas não gosta nem de lembrar dos resultados. "Eu sempre
chegava atrás de muitas mulheres. Achava isso horrível. Rendeu muita
gozação para o meu lado", diverte-se.
Um dos últimos atletas a competir - a prova masculina da maratona abre o
último dia do Pan-Americano, em 30 de outubro - ele passará 42 dias no
México se preparando para a disputa. Desde a noite do último domingo
Jean está em San Luís Potosí, no Centro Desportivo La Loma, local
escolhido pelas equipes brasileiras de atletismo, natação, taekwondo e
triatlo para a aclimatação à altitude. Com o companheiro inseparável -
um dragão tatuado no braço direito, que, segundo ele, não tem jeito de
sair dali -, Jean espera voltar ao Brasil com uma das medalhas da prova.
O brasileiro vê nos próprios compatriotas os principais concorrentes,
como Solonei Rocha da Silva e Marilson Gomes dos Santos. Depois do Pan,
ele deverá fechar o ano com a disputa da São Silvestre, em São Paulo. No
dia 11 de setembro, Marilson venceu a meia-maratona de Buenos Aires,
enquanto Jean ficou com a segunda colocação.
Potosí está localizada a uma altitude aproximada de 1,9 mil metros,
superior à de Guadalajara, que é de 1,59 mil metros. "No começo, a gente
estranha um pouco, mas depois de uma semana, o organismo vai se
acostumando. A principal dificuldade é a da respiração", disse.
"Como a diferença para Guadalajara não será muita, acredito que esse
tipo de preparação seja o ideal", disse. Segundo ele, se a prova fosse
disputada ao nível do mar, a preparação na altitude seria mais
importante. "Quando você desce quase 2 mil metros, o desempenho melhora
bastante, ainda mais depois de 40 dias de treinos".
Na rotina diária, treinamento em dois períodos, algumas dores e a
certeza de que pode ir além. No ano passado, com a marca de 2h15min24s e
o 16º lugar na maratona de Amsterdã, na Holanda, conseguiu o índice
para disputar o Mundial de Atletismo de Daegu, na Coreia do Sul, mas, em
conjunto com a comissão técnica do time brasileiro, abriu mão para
priorizar a disputa do Pan-Americano, onde tem chance de chegar ao
pódio.
Os cerca de 200 km semanais que ele percorre durante os treinamentos
são, segundo ele, uma rotina tranquila. "Não passamos o tempo todo
correndo, mas todo dia, sete vezes por semana, há um período para isso",
afirmou.
"No mais, intercalamos trabalhos de força e ritmo para melhorar o
condicionamento". Com 1,80 m e 62kg, ele diz não ter nenhuma restrição
alimentar. "Tudo o que a gente come acaba queimando com a atividade
física. Procuro fazer uma alimentação balanceada para não prejudicar os
treinamentos", encerrou.
Pan 2011 no Terra
O Terra transmitirá simultaneamente até 13 eventos, ao vivo e em
HD, dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara via web, tablets e celular.
Com uma equipe com mais de 220 profissionais, a maior empresa de
Internet da América Latina fará a mais completa cobertura da competição
que será realizada de 14 a 30 de outubro, trazendo, direto do México, a
preparação de atletas, detalhes da organização e toda a competição, com
conteúdo em texto, fotos, vídeos, infográficos e muita interatividade.
Acesse também a cobertura em:
http://m.terra.com.br/guadalajara2011
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