segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Superstições do Pan vão desde usar mesma calcinha a "medo d'água" no remo

A delegação brasileira que irá aos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara conta, como não poderia deixar de ser, com uma extensa lista de superstições. Às vésperas ou nos dias das provas, as manias vão desde as mais banais, como pisar primeiro com o pé direito, às mais inusitadas, como usar a mesma calcinha e temer água no barco de remo.

AS SUPERSTIÇÕES DO PAN DO MÉXICO

  • Arquivo Pessoal Cisiane Lopes, da marcha atlética, usa sempre a mesma calcinha durante as provas para dar sorte
  • André Nigro Andrade Carolina, à direita, conta que morre de medo de ver seu barco molhado antes de uma prova, por mania
Os casos citados acima são reais e os donos das superstições defenderão o Brasil no México, em outubro. A mania da calcinha, por exemplo, é da atleta Cisiane Lopes, que vai disputar os 20km de marcha atlética.
“Sempre corro com a mesma calcinha. É uma superstição minha. Dá sorte, por quê mudar?”, conta a atleta aos risos. Érica Sena, sua companheira de prova, usa o mesmo expediente, mas nega que se trate de uma superstição.
“Eu uso a mesma calcinha, mas não é uma questão de superstição, é porque ela é mais confortável. É a calcinha mais confortável que eu tenho, então prefiro usar ela para competir. Fico mais segura”, disse Érica.
Outros, no entanto, vão no caminho contrário. “Não uso a mesma cueca, não repito a mesma camisa, não coloco o mesmo sapato”, conta Wilson Zocolote, do tiro esportivo, que explica as preocupações. “Você tem de estar bem com você, por que 80% é psicológico e os outros 20% são preparo físico e o equipamento que você usa”, disse o atleta.
Mas nem só as roupas tiram o sono dos atletas. A remadora Carolina Rocha, por exemplo, se preocupa com o seu barco. Qualquer sinal de molhado antes da prova tira a concentração da brasileira.
“Eu verifico cada coisinha do barco. Eu gosto de ver tudo. Tem de estar bem seco. Se molha, eu fico bem insegura. E em cada barco que eu vou competir, acabo criando mais alguma coisa [superstição]. E tenho de tomar um gel de carboidrato antes da prova, porque senão acho que eu vou desmaiar”, disse Carolina.
A companheira de Carolina, Bianca Meinka, foca no lado religioso. "Peço licença para Iemanjá, faço um crucifixo e entro para a prova", diz a remadora.
Nas horas de competições, até a namorada pode entrar na brincadeira. Ou melhor, a foto dela. “Acho que todo atirador tem mania, mesmo que neguem. Eu mesmo tenho. Eu gosto de competir com a foto da minha namorada no bolso, por exemplo, para eu sentir a família perto de mim”, disse Luiz Graça, do tiro esportivo.
Lucélia Ribeiro, do caratê, vai além. Por conta da superstição, sequer avalia seus rivais em uma competição. "Não gosto de olhar as chaves, só no dia. Gosto de pensar que todos os adversários são iguais", diz a atleta.
*Reportagem de Aline Küller e Julio Delmanto

Nenhum comentário:

Postar um comentário