AS SUPERSTIÇÕES DO PAN DO MÉXICO
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Cisiane Lopes, da marcha atlética, usa sempre a mesma calcinha durante as provas para dar sorte
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Carolina, à direita, conta que morre de medo de ver seu barco molhado antes de uma prova, por mania
“Sempre corro com a mesma calcinha. É uma superstição minha. Dá sorte, por quê mudar?”, conta a atleta aos risos. Érica Sena, sua companheira de prova, usa o mesmo expediente, mas nega que se trate de uma superstição.
“Eu uso a mesma calcinha, mas não é uma questão de superstição, é porque ela é mais confortável. É a calcinha mais confortável que eu tenho, então prefiro usar ela para competir. Fico mais segura”, disse Érica.
Outros, no entanto, vão no caminho contrário. “Não uso a mesma cueca, não repito a mesma camisa, não coloco o mesmo sapato”, conta Wilson Zocolote, do tiro esportivo, que explica as preocupações. “Você tem de estar bem com você, por que 80% é psicológico e os outros 20% são preparo físico e o equipamento que você usa”, disse o atleta.
Mas nem só as roupas tiram o sono dos atletas. A remadora Carolina Rocha, por exemplo, se preocupa com o seu barco. Qualquer sinal de molhado antes da prova tira a concentração da brasileira.
“Eu verifico cada coisinha do barco. Eu gosto de ver tudo. Tem de estar bem seco. Se molha, eu fico bem insegura. E em cada barco que eu vou competir, acabo criando mais alguma coisa [superstição]. E tenho de tomar um gel de carboidrato antes da prova, porque senão acho que eu vou desmaiar”, disse Carolina.
A companheira de Carolina, Bianca Meinka, foca no lado religioso. "Peço licença para Iemanjá, faço um crucifixo e entro para a prova", diz a remadora.
Nas horas de competições, até a namorada pode entrar na brincadeira. Ou melhor, a foto dela. “Acho que todo atirador tem mania, mesmo que neguem. Eu mesmo tenho. Eu gosto de competir com a foto da minha namorada no bolso, por exemplo, para eu sentir a família perto de mim”, disse Luiz Graça, do tiro esportivo.
Lucélia Ribeiro, do caratê, vai além. Por conta da superstição, sequer avalia seus rivais em uma competição. "Não gosto de olhar as chaves, só no dia. Gosto de pensar que todos os adversários são iguais", diz a atleta.
*Reportagem de Aline Küller e Julio Delmanto
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