Sob pressão, cubanos tentam seguir em segundo no quadro de medalhas

Atual campeão olímpico e vice mundial, Dayron Robles lidera Cuba no Pan
Foto: Getty Images

Os atletas de Cuba chegarão aos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara pressionados para se manter na vice-liderança do quadro de medalhas da competição. Apenas ficar atrás dos Estados Unidos será tolerado pelos dirigentes cubanos, e o tom do discurso do presidente do Comitê Olímpico Cubano (COC), José Ramón Fernández, é bastante duro.

"Podemos ganhar, devemos ganhar, vamos ganhar", afirmou ele à agência de notícias AFP. O Pan começou a ser disputado em Buenos Aires 1951, e desde Cáli 1971 o país vem ficando no segundo lugar geral, com a exceção de Havana 1991, quando competindo em casa superou inclusive os EUA.

Ao México, Cuba mandará uma equipe formada por 442 atletas, incluindo Dayron Robles e Mijaín López, atuais campeões olímpicos respectivamente dos 110 m com barreiras e do levantamento de peso. "Minha meta é ganhar a medalha de ouro", confirmou Robles, sem falsa modéstia.

A delegação, que competirá em 28 das 38 disciplinas da competição, inclui ainda a saltadora Yargelis Savigne, o pugilista Roniel Iglesias, as ciclistas Lisandra Guerra e Yumari González e a judoca Yanet Bermoy - todos campeões mundiais.

No último Pan, em 2007 no Rio de Janeiro, Cuba sofreu com deserções e falta de recursos, tendo dificuldades para obter o segundo lugar no quadro de medalhas: ao final ficou com 59 medalhas de ouro, 35 de prata e 41 de bronze, contra 52, 40 e 65 respectivamente do Brasil.

Apesar dos problemas financeiros, agravados pela crise econômica que a ilha enfrenta, Fernández disse que a delegação cubana conseguiu se preparar com "intensidade e eficiência". Ele adiantou que entre os representantes, cuja média de idade é de 24,5 anos, prima uma "mentalidade vencedora".

Em renovação, Cuba levará apenas 35% dos atletas que competiram no Rio de Janeiro e 19% dos que participaram dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. A força do país deverá novamente estar concentrada em atletismo, judô, lutas, boxe, remo, canoagem, levantamento de peso e ciclismo - foram dessas modalidades que saíram 48 das 59 medalhas douradas conquistadas há quatro anos, no Brasil.

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