Última da geração, Fabíola Molina prioriza maternidade

Nadadora pode trocar piscina por maternidade após Londres

A nadadora brasileira Fabíola Molina disputou pela primeira vez os Jogos Pan-Americanos em 1991, em Havana. Ano em que o basquete feminino do Brasil encantou o ex-presidente cubano Fidel Castro e conquistou o ouro. Molina tinha 16 anos e demoraria mais quatro para conquistar as duas primeiras medalhas de bronze, em Mar del Plata, na Argentina. Às vésperas da quinta participação na competição, no Pan de Guadalajara, ela prevê uma pausa - breve ou definitiva - na carreira. Na cabeça, chegou o momento de ser mãe. Antes, quer conseguir o índice para disputar os Jogos Olímpicos de Londres.

VAGNER MAGALHÃES

Direto de San Luis Potosí (México)

"Acho que depois do ciclo olímpico de Londres 2012 eu vou dar a prioridade para a maternidade, para ter filho e depois vou ver como está a minha rotina", afirmou. Ainda assim, ela não descarta disputar até os Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil, quando terá 41 anos.

"No Brasil, acaba sendo mais fácil, porque não vai ter o índice. O primeiro e o segundo atletas do Brasil vão poder ir. Então vai ser um pouco mais fácil de classificar. Eu não sei. Tem de estar no coração. Você tem de se dedicar 100% para aquilo. Eu quero ter filho. Está chegando a idade de ter filho. Não quero esperar para depois da Olimpíada de 2016", afirmou.

No Pan de Guadalajara, que começa no próximo dia 14, ela vai disputar as provas dos 100 m costas e o revezamento 4 x 100 medley. Há quatro anos, no Rio de Janeiro, ela foi prata e bronze nas respectivas disputas.

Recentemente, Fabíola se mudou para a Flórida (EUA), local onde realiza os treinamentos. A nadadora se diz feliz com a nova rotina e acredita que o índice para os Jogos Olímpicos de Londres é uma questão de tempo.

"Temos várias chances para fazer o índice. O Pan é uma das chances, depois no final do ano tem outra, em maio tem outra... O objetivo é conseguir o mais rápido possível para ter mais tempo de se preparar para a Olimpíada. Estou treinando na Flórida, mudei de treinamento. Estou super satisfeita com o treinador, com tudo o que está acontecendo", afirma.

A nadadora lembra que desde o primeiro Pan muitas coisas mudaram na carreira. "Eu acho que a cada ano a gente tem um novo desafio. Hoje, com 36 anos, eu tenho desafios e objetivos diferentes de quando eu tinha 16. Era minha primeira Seleção naquela época. Eu nunca imaginava que eu poderia pegar uma medalha, um pódio. Já em 2007 eu fui prata. Hoje em dia eu tenho objetivos cada vez maiores", diz.

Dos companheiros de 1991, ela diz ser a última a ainda pular na água. "O último que nadou até pouco tempo atrás foi o Luiz Lima, que fazia umas travessias. Da minha época de 1991, não tem mais ninguém", lembra.

Nesse período, a brasileira diz que o Brasil evoluiu esportivamente e a natação ganhou uma geração nova de talentos, acima de tudo no masculino. "A gente vem colhendo resultados positivos, medalhas internacionais, o que ajuda a levantar o esporte. Ainda temos problemas de base, porque não há muitos atletas. Isso a gente pode melhorar", comenta.

Com as Olimpíadas de 2016 vindo por aí, pode melhorar bastante. Essa massificação do esporte, dar condições para muito mais atletas poderem estar envolvidos com isso", diz.

De acordo com ela, a dedicação ao esporte tem de der feita de forma integral. "Você não pode se dedicar 20% do dia para o treino e o resto você não se dedicar, não cuidar da sua alimentação, não cuidar da parte de descanso, da sua parte emocional", encerra a atleta.

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